OS DESAFIOS PARA MOTIVAR A EQUIPE
*Por Gilberto Wiesel
Em minhas palestras, constantemente sou questionado com perguntas do tipo:
-Como manter a motivação dos colaboradores?
-O que podemos fazer para que as pessoas não sejam influenciadas negativamente e percam a motivação?
-Quanto tempo realmente as pessoas se mantêm motivadas no dia a dia?
-Até que ponto a motivação é importante?
-O que, especificamente, motiva o ser humano?
Eu, particularmente, gosto muito desse tipo de pergunta, pois elas me dão a oportunidade de esclarecer uma série de fatores que são percebidos de forma incorreta. Explico:
É necessário partir do principio básico que, para você motivar as pessoas, ou melhor, ajudá-las na motivação diária, não precisa ser um expert nas técnicas existentes, nem mesmo um estudioso da área. O que precisa é, em primeiro lugar, aprender a olhar aqueles que estão a sua volta como seres humanos, dotados de necessidades e desejos individuais e também com características próprias, com DNA único, com sentimentos e emoções particulares e que, portanto, jamais se poderá motivar um indivíduo, tratando-o como se fosse parte de uma estatística ou parte de um conjunto.
Para cada situação, há uma abordagem diferente, ou seja, o que motiva você, provavelmente, não motiva a mim e assim sucessivamente. O maior erro dos gestores é acreditar que podemos motivar as pessoas a partir de uma única estratégia e que ela poderá atingir a todos.
Portanto, não precisamos entender de motivação, mas de pessoas. Para isso, basta que olhemos para nós mesmos. Às vezes, erramos justamente porque pensamos em fazer com os outros exatamente aquilo que não sentimos ser verdadeiro. Propomos verdades absolutas como se elas pudessem suprir as demandas individuais de cada um. Então, erramos no remédio.
Motivar é respeitar a individualidade das pessoas, é entender o que realmente é importante para ela e, a partir dessa identificação, proporcionar os mecanismos para atingi-la.
Somos seres capazes de nos automotivarmos, mas precisamos, muitas vezes, de estímulos externos que façam acordar nossos sentimentos internos, aliás, essa é outra situação que, constantemente, me questionam. Se os motivadores somos nós ou necessitamos de outros para isso?
Gosto de responder a esse questionamento com perguntas:
Suponhamos que você convive diariamente com um gestor que está todos os dias de mau humor, de mal com a vida, nunca cumprimenta as pessoas, está sempre apontando o lado negativo das coisas que acontecem na empresa e nunca elogia nada. Você acredita que essa pessoa motiva ou desmotiva os colaboradores?
É lógico que desmotiva. São os estímulos externos afrontando os nossos sentimentos. Acho muito cômodo para os líderes colocarem a culpa pela falta de motivação da equipe, nas próprias pessoas, alegando que ninguém motiva ninguém, cabendo a cada um a responsabilidade para isso. Estão manifestando com essa atitude incompetência para lidarem com essas situações.
Temos que perceber e entender que cada um reage de forma diferente àquilo que percebe e, assim, tem atitudes de acordo com suas interpretações. Portanto, vai depender muito do que acreditamos e sentimos para esboçarmos uma reação. Algumas pessoas se motivam por desafios ou ameaças, outras têm exatamente comportamento inverso.
Lembro de um professor que tive na infância que usava a ameaça como forma de motivação. Dizia que não seríamos nada, que não chegaríamos a lugar algum se não estudássemos mais e duvidava que conseguiríamos. Ele, o professor, acreditava que dessa forma poderia estar provocando uma reação positiva nos alunos, pois ele era assim, precisava ser ameaçado para ir em frente. Esqueceu que talvez os alunos não se estimulassem da mesma forma. Lembro que muitos colegas ficavam chorando e não conseguiam se levantar. Outros, ao contrário, estudavam ainda mais para mostrar ao professor que conseguiriam. Realmente, muitos ficavam pelo caminho. Não eram bons? Não eram inteligentes? Não tinham capacidade como os demais? Ou eram motivados de forma errada? Quantas empresas e gestores conheço que usam a mesma estratégia...
Encontrei, após alguns anos, aqueles mesmos colegas que choraram na época com a abordagem daquele professor. Por sorte, no decorrer de sua vida, encontraram verdadeiros motivadores e puderam manifestar toda sua essência e, hoje, são vencedores.
Motivar é saber extrair de cada pessoa o que ela tem de melhor. É dar a oportunidade àqueles que ainda não conseguiram encontrar o seu eu verdadeiro, de manifestar todo o seu potencial. Cabe, no entanto, a cada um, aproveitar para fazer a maior aventura de sua vida. Viajar. Viajar, mas para dentro de nós, para descobrirmos o que temos de melhor e de que forma podemos usar todo o nosso potencial interno para nos superarmos.
Isso serve também para todas as pessoas que estão hoje em cargos de liderança, pois para saberem motivar os seus colaboradores têm que, necessariamente, empreender essa verdadeira descoberta interior.
A partir disso então, poderá ser um motivador da alma humana e obter resultados mais duradouros com todos os que o rodeiam.
Boa Sorte!
*Gilberto Wiesel é Conferencista, Consultor e Diretor do Grupo Wiesel que atua na área de Educação Corporativa com foco em liderança, empreendedorismo e desenvolvimento de competências. Administrador de empresas pós-graduado em Marketing pela FGV, Especializado em Vendas pela ESPM. É Master-Practitioner em Programação Neurolinguistica pela Sociedade Brasileira de PNL e membro da Time Line Theraphy Association, Hawai-USA. Coach com Certificação Internacional em Professional e Sealf Coaching pela ECA - European Coaching Association e GCC - Global Coaching Community.
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